quinta-feira, 29 de abril de 2010

'Tem aquele suco aids?'

Meu amigo de fé Glauco Prunes, cantor de rock and roll, de uns tempos para cá coloca sua voz única a serviço da locução. Do supermercado em que atua, traz à tona um punhado de pérolas vivenciadas no dia a dia. De tão hilárias, merecem registro:

- "Locutor, onde ficam os cafézes?"
- "Tem aquele suco aids?"
- "Locutor, o peru já chegou?" (esta, perto do Natal, claro)

Com o tempo, Prunes começa a entrar na onda, e dispara sutis 'mensagens subliminares' em seu discurso, como: "No setor de hortifruti, eu tenho ovos brancos grandes" ou "Tem também melões amarelos" (esta, quando passa uma mulher com generoso vestido decotado amarelo).

domingo, 25 de abril de 2010

O que a Virada Carioca não foi

Curtiu a tal Virada Carioca? Não perdi tempo, mas o jornalista Ricardo Schott contou como foi, e comparou o genérico carioca com a matriz de São Paulo. Na boa, a nossa só vale para quem não conhece a Virada Paulista. Muito mais bem bolada, com shows temáticos, onde os artistas cantam todo o repertório de um disco específico. Aqui, pega-se qualquer artista e mandam para ele: "Canta aí".

Nem sei quem bolou essa ideia em SP, mas aqui no Rio a parada é da Jandira. Ela podia pelo menos ter feito um show "Roupa Nova canta os Famks". No mínimo. Em SP, teve uma noite inteira dedicada a Raul Seixas no ano passado, com artistas cantando todos os discos dele. Só de efemérides, essa Virada estaria lotada em 2010: para marcar os 25 anos do Rock In Rio, podiam rolar shows temáticos, tipo Rodrigo Santos cantando Barão 1982 ou Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Toni Platão cantando Legião 1985. Podiam fazer uma noite só de covers do Roberto Carlos, qualquer coisa dessas. E deve ter um monte de datas maneiras do samba, do funk...

No Rio é sempre essa coisa meio social: "Ah, vamos levar o Afro Reggae para tocar na praia e a música clássica para o Complexo do Alemão". Só dá para voltar a ter fé no Rio quando pararem de achar que música tem função social. LSM

Thanx to Ricardo Schott

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nunca diga que não pode ser pior...

...e jamais desafie os limites do mundo bizarro do jornalismo das celebridades. A foto abaixo (Philippe Lima / Ag. News) é histórica: agora tem paparazzo até em cirurgia plástica?! PQP. A "notícia" você confere aqui: http://migre.me/z35n.

Soube que o Brasil é o 2º país onde mais se fazem cirurgias plásticas e que aquela Ângela Bismarchi é a 2ª mulher no mundo mais operada, e que o 1º marido era cirurgião e ela casou com um outro. Acho que é para fazer plástica de graça - não tem graça nenhuma - para ser destaque de escolas de samba. Mal sabe falar. É o culto ao corpo externo, já que por dentro é feio mesmo. LSM, thanx to Pedro Landim e Tania Rocha

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A nostalgia do Melodia

Um dia de histórias para contar aos netos. Enquanto a massa carneiramente se espremia na praia de Botafogo ontem - e espremia todo o resto das ruas da cidade detonando o feriado de quem não tinha nada a ver com a história -, dividia a companhia de Luiz Melodia e Paulinho da Viola, na casa deste, na Barra da Tijuca. O privilégio se deu por conta de matéria sobre o Vasco da Gama. Entre cervejinhas e papos sobre bola, o figurássa gente fina Melodia dispara: "Esses jogadores têm que parar com essa onda de querer namorar She-Ras", relacionando a Princesa do Poder do seriado de desenhos gringo dos anos 80 com as louras-burras que tanto fazem a cabeça de futebolistas.

Esse Melodia, sempre nostálgico... Em delírio, dá para imaginar outra entrevista:

P: Que grupos de rock você tem ouvido?

R: Gosto desse pessoal da Jovem Guarda, do iê-iê-iê, tipo Barão Vermelho, RPM...

P: E NX Zero e Fresno, Melodia?

R: Hã?

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Paraphernalia: instrumental para todos

Em cartaz na cidade, para o privilégio dos apreciadores da boa música, a big band Paraphernalia bate ponto toda quarta-feira no espaço Pista 3, em Botafogo. A dica não é mais novidade, mas ainda há os que não se ligaram. E vale, muito. Incrível seleção de músicos talentosos e criativos, o som baseia-se nos grooves da música negra, principalmente americana, que desfilavam em trilhas de seriados policiais nas antigas.

O melhor, e este, provavelmente, o grande feito da banda: fazem suas próprias composições e a mistura disso tudo resulta em um show que, apesar de basicamente instrumental, não cansa, não é pura masturbação de virtuoses apenas para virtuoses. Como o que vemos abundar por aí, em apresentações classificadas por seus protagonistas como 'jázz' (ler como se escreve, e não como a palavra deveria pronunciada, em inglês, algo como 'jézz').

Donatinho (teclados), Alberto Continentino (baixo), Bernardo Bosisio (guitarra), Felipe Pinaud (Flauta), Marlom Sette (trombone), Leandro Joaquim (trompete), Renato Massa (bateria) e Joca Perpignan (percussão).

Ouça em: www.myspace.com/paraphernaliabrasil. Imperdível. LSM

sábado, 10 de abril de 2010

A Síndrome do Coitadismo

Cara genial da cena carioca, Paulo Pilha nem é grande cantor, mas suas músicas, como a 'A Síndrome do Coitadismo', a seguir, são geniais, especialmente as letras. Não faz muito tempo, como jurado em um festival de novos talentos, dei-lhe um punhado de notas 10. Agora, tive o prazer de reencontrá-lo entre os melhores de 2009 do site Laboratório Pop (http://www.laboratoriopop.com.br/). Mais em: www.myspace.com/paulopilha.
Fica a dica. LSM

'A Síndrome do Coitadismo' (Paulo Pilha)

Se ao menos os meus pais
Fossem músicos de nome no cenário nacional
Eu teria herdado esse talento que tanto me falta
Pra tocar violão, pra cantar, pra compor minhas próprias músicas

Se ao menos os meus pais
Adorassem os maiores escritores desse mundo
A leitura para mim seria tão importante
Quanto as coisas que eu gosto tanto de fazer
Como jogar vídeogame o dia todo
Ou como jogar três horas de futebol até debaixo de chuva

Se ao menos os meus pais
Tivessem me colocado num colégio mais puxado
Eu teria condições de passar em qualquer vestibular do país
Mas hoje sou um garoto preguiçoso
Incapaz de me concentrar por mais de vinte minutos

A minha namorada me trocou por um surfista
Que usa tênis gordinho e a cueca tá sempre à vista
Se ao menos ele fosse algum cara boa pinta
E que tivesse condições de dialogar sem tanta gíria
Eu a entenderia
Eu a esqueceria

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Offline Sessions - podcast

Seguinte: recomendo o podcast www.offlinesessions.com.

O programa pilotado pelo meu amigo ALR não pretende ser uma base de lançamentos, apesar de rolar muita coisa nova. Serve como um espaço para a galera ouvir uma trilha bem legal, agradando dos mais saudosistas à galera nova, sedenta por boas influências.

Prefiro não me alongar e convido vocês para conferirem.

O Offline Sessions rola pela Cidade Web Rock, versão web da Rádio Cidade - www.cidadewebrock.com.br , todo domingo, às 23 horas. LSM